quarta-feira, outubro 23, 2024
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OAB Paraíba: As Entrelaçadas Teias Políticas que Desafiam a Independência da Advocacia

A entrevista concedida por Rodrigo Farias, atual Secretário da OAB Paraíba, ao site de Suetoni Souto Maior iremos levanta questões relevantes sobre a atual gestão da Ordem no estado. Apesar de destacar supostas conquistas e avanços, a análise crítica que a grande maioria dos advogados que militam e não se sentem representados pela nossa OAB revelam pontos que merecem atenção.

“Harrison faz essa gestão histórica, com base em três pilares: primeiro, entendo que houve um resgate do papel da OAB e do protagonismo da OAB. Hoje, a OAB em nosso estado é ouvida em qualquer cenário de crise institucional, com advogado ou sem advogado.”

Falta de Autocrítica: Rodrigo Farias exalta a gestão atual como “histórica” e enaltece a suposta eficiência da OAB Paraíba. No entanto, a ausência de autocrítica e a não abordagem de desafios enfrentados pela instituição sugerem uma visão unilateral da realidade.

Vínculos Familiares e Políticos: É fundamental destacar que Rodrigo Farias é irmão de Lindembergh Farias, uma figura política com laços estreitos com o presidente Lula. Da mesma forma, o atual presidente da OAB Paraíba, Harrison Targino, é associado ao grupo político dos Cunha Lima. Essas ligações apresentam um cenário de influências políticas variadas dentro da instituição, levantando preocupações sobre a independência da OAB.

Nepotismo e Transparência: A omissão na entrevista sobre as relações familiares e políticas pode ser interpretada como falta de transparência. A análise crítica deve ressaltar a importância da prestação de contas e questionar se a presença de familiares de políticos na diretoria da OAB compromete a imparcialidade da instituição.

Independência e Isonomia: Ao mencionar as conexões políticas de diferentes membros da OAB Paraíba, a análise crítica deve salientar como esses vínculos podem influenciar as decisões e posições da instituição. A independência da OAB é crucial para garantir que a entidade atue em prol dos interesses da advocacia, sem favorecimentos políticos.

Representatividade Legítima: A presença de figuras ligadas a diferentes grupos políticos na OAB Paraíba pode levantar questionamentos sobre a representatividade legítima da instituição. A análise crítica deve explorar se a diversidade política na liderança reflete verdadeiramente a pluralidade de opiniões e interesses dos advogados paraibanos.

A presença de vínculos políticos na gestão da OAB Paraíba é um aspecto crítico que merece uma análise mais aprofundada. A transparência sobre essas relações é essencial para garantir a confiança dos advogados na instituição. A OAB, como defensora dos interesses da advocacia, precisa assegurar sua independência e isonomia, afastando-se de influências partidárias que possam comprometer sua missão fundamental.

” participação e representatividade. Nunca na história tivemos uma participação do advogado como nós temos. É a primeira vez que temos uma diretoria majoritariamente feminina e nós temos, majoritariamente, mulheres dentro das comissões da OAB…”

Representatividade e Participação Feminina: Embora destaque a participação feminina na diretoria, Rodrigo Farias não aborda de forma detalhada as políticas efetivas de inclusão e representatividade para além do aspecto de gênero. A análise crítica deve explorar se essas ações se traduzem em uma verdadeira diversidade de vozes e opiniões na tomada de decisões.

“Nós fizemos uma revolução nos procedimentos internos da nossa casa. Isso com desburocratização, novos fluxos, maior transparência, um cuidado com o advogado para isso. Falo com orgulho que a OAB da Paraíba é a mais rápida no atendimento da inscrição de OAB no Brasil. A espera para receber a carteira (da Ordem) foi reduzida pela metade. O número de novos advogados em relação a anos anteriores cresceu 30%. Houve um foco muito grande em gestão.”

Transparência e Eficiência na Gestão: A afirmação de que a OAB da Paraíba é a mais rápida no atendimento da inscrição de OAB no Brasil carece de evidências e métricas. Uma análise crítica deve questionar a veracidade dessas declarações e solicitar dados específicos que comprovem a eficiência proclamada.

“Essa é uma preocupação nacional e aqui. Na nossa ESA, que é a Escola Superior de Advocacia, nós ampliamos o número de alunos. Temos três novas pós-graduações, e estamos tendo uma pós-graduação gratuita. E o diferencial dela é que é o advogado quem escolhe a especialidade em consulta à categoria. A ESA está muito fortalecida e é um braço acadêmico para reforçar a formação do advogado.”

Novos Advogados e Formação Acadêmica: A ampliação da Escola Superior de Advocacia (ESA) é destacada como uma resposta à preocupação nacional sobre a chegada de novos advogados ao mercado. Uma análise crítica deve explorar se essa expansão resulta em uma formação acadêmica de qualidade e se os recursos estão sendo direcionados adequadamente para atender às necessidades dos novos profissionais.

A entrevista de Rodrigo Farias, ao ser submetida a uma análise crítica, revela lacunas e omissões que podem suscitar dúvidas quanto à transparência, representatividade e efetividade da gestão atual da OAB Paraíba. Essa análise não apenas questiona as declarações feitas, mas também ressalta a importância da falta de transparência nas prestação de contas e da busca por uma Ordem que verdadeiramente represente e sirva aos interesses de todos os advogados paraibanos.

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